quarta-feira, janeiro 31, 2007 

Perdido sem ti

Beijo - Pedro Abrunhosa



Não posso deixar que te leve
O castigo da ausência,
Vou ficar a esperar e vais ver-me lutar
Para que esse mar não nos vença.
Não posso pensar que esta noite
Adormeço sozinho,
Vou ficar a escrever,
E talvez vá vencer
O teu longo caminho.
Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua.
Leva os meus braços,
Esconde-te em mim,
Que a dor do silêncio
Contigo eu venço
Num beijo assim.
Não posso deixar de sentir-te
Na memória das mãos,
Vou ficar a despir-te,
E talvez ouça rir-te
Nas paredes, no chão.
Não posso mentir que as lágrimas
São saudades do beijo,
Vou ficar mais despido
Que um corpo vencido,
Perdido em desejo.
Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua.

sábado, janeiro 27, 2007 

Saraband


O filme vinha já com um bom selo e uma enorme vontade de o ver, mas mesmo assim conseguiu superar as expectativas. Brilhantemente escrito, harmoniosamente representado, genialmente realizado.
O enredo serviria perfeitamente ao teatro, concentrando-se nas 5 essenciais e unicas personagens. Há Marianne que nos guia durante o filme e que por isso se mantêm praticamente inalterada enquanto as outras se vão movendo e mostrando novas facetas e caracteristicas. A história é daquelas que nos faz pensar mas só durante a duração do filme. Um filme de sábado à noite mais que de domingo à tarde. Os actores trazem uma lingua que não me é de todo conhecida e no entanto as legendas parecem mais uma pequena ajuda do que o principal apoio. Não que os diálogos sejam desprezáveis, é exactamente o contrário, mas as expressões dos 4 actores falam maravilhosamente, principalmente as dos 3 mais velhos. O que nos leva à realização. O senhor Ingmar, consegue maravilhosamente que isto seja muito relevante. Dá-nos as expressões no seu máximo usando a cara na sua totalidade e alternando as faces durante as conversas. Outra coisa que faz de forma genial é o uso dos sons. Dá-lhes a sua própria importancia afastando a câmara do som para que sejam os ouvidos a "ver". E usando a sua grande experiência traz o cabaz das operações de edições sem que estas se notem demasiadamente. Pela negativa só mesmo isso, um erro de edição desnecessário que de tão notório até parece propositado, mas que não faz qualquer sentido. Um pequeno defeito para realçar a beleza do filme. Imperativo de ver, para qualquer tipo de gostos.

quinta-feira, janeiro 25, 2007 

In Love Nature Boy



Um fenomenal anuncio da Mtv na luta contra a Sida, usando a fenomenal música do Nat King Cole.

quarta-feira, janeiro 24, 2007 

Como quem diz...



Esta música consegue fazer-me fechar os olhos e respirar fundo logo que entra nos meus ouvidos, e à medida que vai avançando faço-me acompanhar da respiração do contra-baixista durante o seu solo. Depois e com toda ela sobre mim acompanha-me normalmente a leitura, por isso deixo aqui um pequeno acompanhamento para a visão enquanto os ouvidos se deliciam.


Se houvesse degraus na terra...


Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.

Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.

Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.

Hérberto Hélder

segunda-feira, janeiro 15, 2007 

Eternal Sunshine of the Spotless Mind



Tema mais forte de uma banda sonora brutal. De um filme brutal, clip com música e excertos.

domingo, janeiro 07, 2007 

Damien Rice - Accidental Babies

i held you like a lover
happy hands
and your elbow in the appropriate place
and we ignored our others' happy plans
for that delicate look upon your face
our bodies moved and hardened
hurting parts of your garden
with no room for a pardon
in a place where no one knows what we have done
do you come
together ever with him?
is he dark enough
enough to see your light?
do you brush your teeth before you kiss?
do you miss my smell?
is he bold enough to take you on?
do you feel like you belong?
does he drive you wild?
or just mildly free?
what about me?
you held me like a lover
sweaty hands
and my foot in the appropriate place
we used cushions to cover happy glands
and the mild issue of our disgrace
our minds pressed and guarded
while our flesh disregarded
the lack of space for the light-hearted
in the boom that beats our drum
and i know i make you cry
i know sometimes you wanna die
but do you really feel alive without me?
if so be free
if not leave him for me
before one of us has
accidental babies
for we are ...