Cavaleiro Citadino

"The reason is, your spirits are attentive:
For do but note a wild and wanton herd,
Or race of youthful and unhandled colts,
Fetching mad bounds, bellowing and neighing loud,
Which is the hot condition of their blood;
If they but hear perchance a trumpet sound,
Or any air of music touch their ears,
You shall perceive them make a mutual stand,
Their savage eyes turn'd to a modest gaze
By the sweet power of music: therefore the poet
Did feign that Orpheus drew trees, stones and floods;
Since nought so stockish, hard and full of rage,
But music for the time doth change his nature.
The man that hath no music in himself,
Nor is not moved with concord of sweet sounds,
Is fit for treasons, stratagems and spoils;
The motions of his spirit are dull as night
And his affections dark as Erebus:
Let no such man be trusted. Mark the music."

Perdi-me nas palavras, nos cenários, nas roupas. Perdi-me de novo no S.João.

Uma noite muito bem passada com a ajuda desta senhora. Houve mini maçãs, boas canções,um sol desnhado para mim e sorrisos. Muitos sorrisos.

Perturbador. Não é só um adjectivo que compoe uma critica de uma palavra. É realmente o teor do filme. Nunca li o livro mas o argumento adaptado é um ferro em brasa apontado ao peito que queima uma e outra vez com as nossas ondulações no filme. Os actores não passam invisiveis nesta tarefa árdua que é explicar a cegueira visualmente. Julianne Moore gigante num papel de heroína com poderes e sem a coragem, Mark Ruffalo com mais idade e mais qualidade, Gael Garcia Bernal como um excelente vilão que nos mostra o pior de nós próprios. A condição humana, a condição humana retratada cruamente, filmada intensivamente. A cegueira. A cegueira de que perco o medo em detrimento de uma noção de civilização. A cegueira tão bem realizada que parece que não vemos, sem nunca nos ser escondido nada. Um bom filme. Um grande Filme! Que não vou conseguir rever sem o peito bem reposto.